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Hoje, 5 de outubro, fazem 2 meses que cheguei a Compiègne. Que deixei minha vidinha que eu amo tanto em Recife, as pessoas queridas e tudo mais, pra realizar meu sonho de morar fora. Que cheguei totalmente perdida, com o francês mais travado que tudo. Que fiquei não tenho idéia de quanto tempo desarrumando minhas malas, num calor horrível no Cap Affaires, pq eu não sabia como abrir a janela. 2 meses que sai as 8 da noite pela cidade com a Renata atrás de algo para comer, mas estava tudo fechado, mesmo sendo dia claro. 2 meses.
Muita coisa aconteceu nesse tempo; eu guardo cada uma dessas coisinhas aqui na minha memória (e boa parte no blog também né!) com muita emoção. Estar aqui, é meio irreal quando eu paro pra pensar. E tenho medo que passe rápido demais!
Eu sei que daqui a muitos anos, quando eu olhar para trás e lembrar dos muitos anos que terei vivido (se Deus quiser!), sem dúvida 2009/2010 vai estar na lista dos mais marcantes, dos mais importantes. Eu nunca vou esquecer, e nunca vou deixar de agradecer a Deus, todos os momentos que passei/passo/passarei aqui. Das coisas mais banais, como caminhar a beira do Oise (o rio da cidade) às coisas mais deslumbrantes, como assistir a Torre Eiffel acesa a noite, piscando.

Mas tem suas desvantagens, é verdade, passar todo esse tempo longe né. É aquela coisa: as melhores festas sempre caem nas vésperas de provas/ quando vc não tem nada para fazer no fim de semaa, ninguém te liga, quando você tem algo já marcado, recebe várias outras propostas / no ano que eu estava sem beber (promessa) só o que tinha eram fetsinhas com bebida free.
Eu estou meio assim, falando essas coisas, pq ontem foi o Chá de Panela de Taty, minha amiga, e eu obviamente não estava lá. Eu que abandonei meu posto de demoiselle (tipo dama de honra adulta, que nem nos filmes americanos) para viajar. Não estive no Chá, não estarei no casamento. Os momentos mais importantes da vida da minha amiga e eu não vou estar lá. A festa que eu acompanhei cada planejamento, cada idéia, sobre a qual passamos horas e horas falando, eu não vou.
Também vou perder a formatura de Mari e de Marcellinha (bom, uma das duas eu teria que perder de td jeito, pq serão no mesmo dia). Minhas amigas de longa data se formando, tornando-se engenheiro e advogada, respectivamente, e eu aqui longe, sem poder abraçá-las e dizer quão feliz e orulhosa estarei pela realização delas.
E por fim, minha própria formatura! Ou melhor dizendo, a formatura da minha turma, que lutou comigo todos esses 9 semestres na UFPE, em busca de se tornarem engenheiros eletrônicos. Toda formatura que eu vou desde que entrei na faculdade, eu sonho com o momento da minha formatura, tanto a colação quanto o baile. Como eu vou só colar grau quando voltar da viagem, nem sei se terei ao menos uma colação no teatro. Baile, talvez se eu participar da festa da turma de 2010.1. Mas não vai ser a mesma coisa, não é a minha turma, eu não tenho uma história com eles. Eu sempre adorei placas de formatura. Este fim de semana o pessoal vai tirar as fotos da placa e do convite, e bem, eu não estarei nelas. Minha foto não vai ficar eternizada nas paredes do CTG junto com a deles, meus companheiros nessa longa jornada que tem sido a engenharia eletrônica.

hahaha, fora que eu vou perder várias festas de arromba né? hauhaua, adoro bailes!

Observação:
Não, eu não estou reclamando de estar aqui! Que fique bem claro, hauhauhau, isso é o sonho de td a minha vida! Mas bem, é meio triste pensar nas coisas que estou perdendo ai no Brasil né. Mas, colocando na balança, o que eu ganho aqui pesa mais ;)